Os dois líderes conversaram por telefone na segunda-feira (9). Trump disse depois que a ligação foi “muito bem, muito tranquila”.
O pedido para que Israel mude de rumo ocorre enquanto Washington busca um acordo nuclear com o Irã e mantém negociações indiretas com o Hamas sobre um cessar-fogo em Gaza.
A CNN entrou em contato com a Casa Branca para obter um comentário.
Netanyahu convocou seus principais ministros na noite de terça-feira (10) após haver “algum progresso” nas negociações para um acordo de cessar-fogo, segundo seu gabinete.
O objetivo da reunião foi fornecer atualizações sobre as negociações e discutir os próximos os.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse que houve progresso recente nas conversas sobre o cessar-fogo, que também visam o retorno dos reféns mantidos em Gaza.
“Israel está sério em sua vontade de garantir um acordo pelos reféns. Recentemente houve certo progresso”, disse Sa’ar em uma coletiva de imprensa em Jerusalém, acrescentando que “à luz da experiência ada, não quero exagerar neste momento.”
Na quinta-feira (5), o Hamas afirmou que continua aberto ao acordo de cessar-fogo proposto pelo enviado dos EUA, Steve Witkoff, mas ressaltou que exige garantias mais fortes contra ataques israelenses.
Em um discurso televisionado na quinta-feira, Khalil Al-Hayya, um alto funcionário do grupo militante, disse que o Hamas não rejeitou a proposta de Witkoff, mas apresentou emendas com garantias de segurança mais robustas.
O Hamas quer que qualquer acordo inclua o fim permanente da guerra em Gaza e a retirada das forças israelenses.
Trump e Netanyahu parecem estar cada vez mais em desacordo sobre a guerra em Gaza, à medida que o conflito ultraa a marca de 20 meses. Netanyahu deixou claro que seus objetivos na guerra incluem o desarmamento completo e a remoção do Hamas, enquanto Trump tem pressionado pelo fim do conflito.
Esse é um dos vários grandes temas na região em que uma divisão crescente está surgindo entre os EUA e Israel.
Nas últimas semanas, a istração Trump ignorou Israel em uma viagem ao Oriente Médio, alcançou um acordo de cessar-fogo com os houthis apoiados pelo Irã no Iêmen, que não conseguiu impedir seus ataques com mísseis balísticos contra Israel, e suspendeu sanções à Síria — mesmo com Israel alertando contra a legitimação de um regime governado por ex-jihadistas.
Enquanto isso, Trump afirmou que sua istração está “tentando fazer um acordo para que não haja destruição nem mortes” no Irã.
A sexta rodada de negociações entre os EUA e o Irã está prevista para começar nos próximos dias.
Durante a ligação, Trump pediu a Netanyahu para parar de falar sobre um ataque ao Irã, disse a fonte familiarizada com a conversa, e também para cessar os vazamentos e reportagens sobre planos e preparativos para um ataque israelense às instalações nucleares iranianas.
Netanyahu tem defendido repetidamente uma opção militar para deter o programa nuclear do Irã.
Na conversa com Trump, Netanyahu disse que o Irã está apenas tentando ganhar tempo e não está sério nas negociações, segundo a fonte.
A CNN reportou no mês ado que Israel estava se preparando para um possível ataque às instalações nucleares do Irã.
A istração Trump também tem tentado expandir os Acordos de Abraão, a série histórica de acordos do primeiro mandato de Trump que levou Israel a normalizar relações com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
Mas a Arábia Saudita — cujo aceite para um acordo desse tipo seria o prêmio máximo — deixou claro repetidamente que não normalizará relações com Israel sem os concretos rumo ao reconhecimento de um Estado palestino e um plano para implementar a solução de dois Estados.
O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, afirmou nesta semana que a solução de dois Estados não é mais um objetivo da política dos EUA, como foi por décadas em istrações republicanas e democratas.
“A menos que aconteçam coisas significativas que mudem a cultura, não há espaço para isso”, disse Huckabee em entrevista à Bloomberg News em Jerusalém.
Ele afirmou que isso não acontecerá “em nosso tempo de vida.” Huckabee já defendeu assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada e certa vez disse que “na verdade não existe algo como um palestino.”
No início da guerra, Trump apresentou planos vagos para uma “Riviera de Gaza” que previa o controle americano do enclave costeiro e o deslocamento de grande parte da população palestina que vive lá.
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