A votação, que poderia ter sido um primeiro o para uma eleição antecipada que, segundo pesquisas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu perderia, foi rejeitada com 61 parlamentares contrários e 53 a favor.
O Knesset é composto por 120 cadeiras, e a maioria necessária para a aprovação da votação era de 61 parlamentares.
Isso dá à coalizão governista de Netanyahu mais tempo para resolver a pior crise política até o momento e evitar uma votação, que seria a primeira de Israel desde o início da guerra com o Hamas em Gaza.
Netanyahu tem se esforçado para resolver o ime em sua coalizão sobre um novo projeto de lei de recrutamento militar obrigatório, que levou à crise atual.
"Tenho o prazer de anunciar que, após longas discussões, chegamos a um acordo sobre os princípios nos quais o projeto de lei se baseará", afirmou Yuli Edelstein, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, em um comunicado.
Alguns partidos religiosos da coalizão de Netanyahu buscam isenções para estudantes de seminários judeus ultraortodoxos do serviço militar obrigatório em Israel, enquanto outros legisladores querem eliminar completamente tais isenções.
As isenções têm sido uma questão polêmica em Israel há anos, mas se tornaram particularmente controversas durante a guerra em Gaza, já que Israel sofreu o maior número de baixas no campo de batalha em décadas e suas forças armadas, sobrecarregadas, precisam de mais tropas.
Cada vez mais frustradas com o ime político, as facções ultraortodoxas da coalizão afirmaram que votarão com os partidos da oposição a favor da dissolução do Knesset e da antecipação de uma eleição que só ocorrerá no final de 2026.
"É mais urgente do que nunca substituir o governo de Netanyahu, e especificamente este governo tóxico e prejudicial", disse a parlamentar da oposição trabalhista Merav Michaeli.
"É urgente acabar com a guerra em Gaza e trazer de volta todos os reféns. É urgente começar a reconstruir e a curar o Estado de Israel", acrescentou.
Sucessivas pesquisas previram que a coalizão de Netanyahu perderia uma eleição, com os israelenses ainda se recuperando da falha de segurança do ataque do grupo armado palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 e dos reféns ainda mantidos em Gaza.
O ataque surpresa do Hamas levou ao dia mais mortal de Israel e destruiu as credenciais de segurança de Netanyahu, com 1.200 pessoas mortas e 251 reféns levados para Gaza.
A ofensiva israelense contra o Hamas em Gaza já matou quase 55 mil palestinos, segundo autoridades de saúde em Gaza, deixando grande parte do território em ruínas e sua população de mais de dois milhões de pessoas em grande parte deslocada e assolada por uma crise humanitária.
Vinte meses após o início dos combates, o apoio público à guerra em Gaza diminuiu. Mais de 400 soldados israelenses foram mortos em combate, aumentando a indignação de muitos israelenses com as exigências de isenção dos ultraortodoxos, mesmo com a guerra se arrastando.
Líderes religiosos ultraortodoxos, no entanto, consideram a dedicação em tempo integral aos estudos religiosos como sacrossanta e o serviço militar uma ameaça ao rigoroso estilo de vida dos estudantes.