Rebeldes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham invadiram na quarta-feira (27) dezenas de cidades e vilarejos na província de Aleppo, controlada pelas forças do presidente da Síria, Bashar al-Assad.

O ataque foi o maior desde março de 2020. Naquele mês, a Rússia, que apoia Assad, e a Turquia, favorável aos rebeldes, am um cessar-fogo que encerrou anos de combates que forçaram a fuga de milhões de sírios contrários ao governo.

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O Exército da Síria afirmou que houve muitas baixas entre aqueles que classificaram como terroristas, que tinham realizado amplos ataques. Os militares pontuaram que estão agindo em cooperação com a Rússia e “forças amigas” para retomar os territórios e restaurar a normalidade.

Os rebeldes avançaram quase 10 quilômetros dos subúrbios de Aleppo e a poucos quilômetros de Nubl e Zahra, duas cidades xiitas onde o Hezbollah, grupo libanês apoiado pelo Irã, tem uma forte presença de milícias, ressaltou uma fonte do Exército.

O aeroporto Al-Nayrab, localizado a leste de Aleppo e onde milícias pró-Irã possuem postos de controle, também foi atacado.

Entenda o conflito na Síria

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma "guerra por procuração".

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte "adormecido", com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.

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