Além das chamadas "publis", - abreviação de publicidade, é uma estratégia de marketing em que os influenciadores produzem conteúdos pagos divulgando produtos ou serviços - eventos online e presencial complementam a renda de 30% do grupo.
Esses influenciadores também complementam sua renda por meio da venda de serviços (que representa 28% dos entrevistados) e produtos físicos (19%).
"Os conteúdos em parceria me ajudaram e ajudam muito", enfatiza a influenciadora digital Joana Iza, que começou a produzir conteúdo em 2015, quando morava em um barraco e usava equipamentos improvisados e de segunda mão.
Pedagoga de formação, Joana conta que à época ela ainda dava aulas para complementar a renda, já que no começo o trabalho como influencer não pagava as contas.
"Em 2019 fechei meu primeiro contrato publicitário com uma marca grande. Um ano depois eu já estava trabalhando somente com internet, [então] dei uma pausa das salas de aula", conta.
O co-CEO da Digital Favela, Guilherme Pierri, destaca que pesquisas como essas são importantes para aumentar a visibilidade do impacto desses influenciadores.
"Até pouco tempo, encontravam-se longe do olhar das marcas. Desta forma, contribuímos ainda mais em mostrar ao mercado de maneira mais individualizada o poder do creator de favela, longe de estereótipos, derrubando mitos e trazendo suas potências", pontua.
Joana vê os dados como uma maneira de reafirmar para o mercado a importância do trabalho do influenciador e o seu impacto, além de mostrar como o planejamento é importante para que o criador de conteúdo consiga fazer seu produto render.
"A pesquisa reforça pra gente como profissional a importância de pensarmos nossa criação de conteúdo como negócio e levar esse negócio para rendimentos além de somente 'publis'", conclui.
Segundo um estudo da empresa de pesquisas e marketing PQ Media, os investimentos em marketing de influência aumentaram 21,5% no mundo em 2022, atingindo US$ 29 bilhões (R$ 142,16 bilhões).
Para 2023, espera-se um crescimento de 17% no investimento, chegando a US$ 34 bilhões (R$ 166,66 bilhões).
Apesar desse potencial, Joana conta que as publis aram a pagar as suas contas depois de muito trabalho.
Muitas vezes influencers com um menor número de seguidores possuem um maior impacto entre aqueles que consomem seu conteúdo, por estarem mais próximos de um nicho. Com a identificação, vem o engajamento. A pesquisa indica que 7 em cada 10 influenciadores das favelas tem como principal motivação inspirar outras pessoas.
"Depois do Boom digital em decorrência da pandemia, as marcas aram a entender o poder de Creators pra além das celebridades. Nós (influenciadores de nicho) nos tornamos mais e consequentemente amos a nos comunicar mais", conta Joana Iza.
Entre os principais nichos de atuação dos creators de favela estão moda, beleza e estilo, que representam 44%; seguido por arte, cultura e música, com 39%; e estilo de vida e variedades, com 37%.
Os dados também apontam que a maioria dos influenciadores de favela são negros e mulheres.
Além disso, a pesquisa indica que 30% dos criadores de conteúdo não se consideram heterossexuais.
*Sob supervisão de
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