No acumulado de janeiro a setembro de 2024, os investimentos totalizaram R$ 24,5 bilhões, baixa de 4,7% em relação aos mesmos meses de 2023.
O levantamento foi feito pela Conexis Brasil Digital, associação que reúne as maiores operadoras, e antecipado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Os números dizem respeito às teles nacionais, provedores regionais e fabricantes de equipamentos. Os dados já são corrigidos pela inflação.
Os investimentos das empresas foram voltados, principalmente, para expandir a infraestrutura de 5G e para a ampliação das redes de fibra ótica. Atualmente, 94% das cidades com mais de 100 mil habitantes já têm o sinal do 5G ativado. O foco da expansão agora está no interior do País, especialmente nos municípios com menos de 100 mil habitantes.
O menor volume de investimentos do setor na comparação com 2023 se deve ao fato de que o pico de aportes na implementação do 5G ocorreu entre 2020 e 2022, já tendo sido ultraado.
"A partir de agora, o investimento a a ser mais próximo do habitual", estimou o presidente da Conexis, Marcos Ferrari, em entrevista.
A expectativa é que os investimentos no acumulado de 2024 tenham ficado em R$ 35 bilhões, 3% menos que no acumulado de 2023, disse ele.
O presidente da Conexis destacou que, apesar do leve recuo, o setor de telecomunicações continua sendo o terceiro que mais investe no País, atrás apenas da indústria de petróleo e energia.
Por sua vez, a receita bruta do setor alcançou R$ 73,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024 e totalizou R$ 215,5 bilhões no acumulado do ano até setembro - números estáveis na comparação anual. Os valores aqui também já são corrigidos pela inflação.
O levantamento da Conexis apontou que a performance foi dissonante em cada segmento de mercado de telecomunicações.
A telefonia e internet móveis - principais segmentos do mercado - tiveram ampliação de 3,8% na receita bruta no acumulado do ano até setembro, para R$ 96,2 bilhões. Nesse período, o total de celulares ativos aumentou 3,7%, para 262 milhões.
Também houve aumento na receita no mercado de banda larga, com alta de 1,9%, alcançando a cifra de R$ 69,8 bilhões. Aqui, o total de s subiu 6,0%, chegando a 50,8 milhões.
"Vemos expansão da receita de telefonia móvel e da banda larga, que são os serviços mais demandados pela população", apontou Ferrari, prevendo que o faturamento desses mercados continue avançando ao longo de 2025.
O presidente da Conexis observou ainda que há migração dos clientes de 4G para o 5G, tendência que prevalecerá ao longo dos próximos meses. "Na hora de trocar o celular, as pessoas devem mudar para a nova tecnologia. Já tem celulares 5G por menos de R$ 900 no mercado, um valor mais ível", citou Ferrari.
Atualmente, os os 5G representam 14,4% das conexões móveis, praticamente o dobro do ano anterior, quando estavam em 6,9%. Por sua vez, os os 4G são 78,1% do total enquanto no ano anterior estavam em 84,1%.
Na contramão, a receita do mercado de TV por caiu 19,2% no acumulado do ano até setembro, para R$ 13,5 bilhões, explicada, principalmente, pela perda de clientes para as plataformas de streaming de vídeo nos últimos anos.
No fim de 2024, havia 8,6 milhões de clientes de TV por , contra 11 milhões em 2023, e 15,1 milhões em 2020.
A receita da telefonia fixa baixou 9,2%, para R$ 9,9 bilhões, dando continuidade à tendência de redução nas ligações de voz. A telefonia fixa tinha 22,9 milhões de clientes no fim de 2024, ante 25,8 milhões em 2023, e 30,7 milhões em 2020 - dados que evidenciam como o serviço tem caído em desuso.
Por sua vez, a indústria de equipamentos (antenas, cabos, transmissores e afins; não inclui celular) viu a receita recuar 4,1%, para R$ 27,9 bilhões, acompanhando a queda nos investimentos das operadoras com o 5G. "É um recuo natural, uma acomodação", avaliou Ferrari.
Acompanhe Economia nas Redes Sociais