A produção industrial caiu 2,4% em abril sobre o mês anterior, mais do que as expectativas já fracas de uma queda de 1,7% em pesquisa da Reuters com economistas, uma vez que todos os segmentos da indústria sofreram contração, mostraram dados da Eurostat nesta sexta-feira (!3).
O comércio também sofreu, com o superávit dos 20 países que compartilham o euro caindo para apenas 9,9 bilhões de euros, em comparação com 37,3 bilhões de euros do mês anterior.
Os números fracos não são inesperados, uma vez que as empresas norte-americanas anteciparam suas compras em fevereiro e março na expectativa do anúncio das tarifas em 2 de abril.
Mas a reversão de abril é maior do que muitos haviam previsto, indicando riscos de queda para as previsões de crescimento econômico, que já estão abaixo de 1% para o ano.
As exportações da zona do euro para países fora do bloco caíram 8,2% no mês, enquanto os números da UE em geral mostraram uma queda de 9,7%, informou a Eurostat.
O total das exportações da UE para os EUA, seu maior parceiro comercial, totalizou 47,6 bilhões de euros no mês, bem abaixo dos 71,1 bilhões relatados no mês anterior, que incluíam a antecipação de importações e foram considerados excepcionalmente altos.
O resultado foi impulsionado principalmente pela queda acentuada das exportações de produtos químicos, provavelmente relacionada às exportações farmacêuticas da Irlanda, que abriga várias empresas internacionais no país por motivos fiscais.
As exportações farmacêuticas irlandesas para os EUA aumentaram nos meses que antecederam as tarifas, elevando o crescimento econômico a níveis excepcionais.
Os números também explicam porque a indústria irlandesa sofreu uma contração de 15% no mês, pressionando a produção da zona do euro.
O impacto sobre o setor foi tão grande que apagou quase todos os ganhos do ano ado, e a produção em abril foi apenas 0,8% maior do que no ano anterior, sendo que apenas os bens de consumo não duráveis apresentaram algum aumento na base anual.
Ainda assim, pesquisas realizadas desde a turbulência de abril indicam algum otimismo modesto na indústria, sugerindo que o setor não está voltando à recessão, mesmo que sua recuperação seja superficial.
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